segunda-feira, abril 02, 2007

Papa vem ao Brasil por causa do Grêmio...

4 Comments:

Blogger San Tell d'Euskadi said...

São necessários 3 para a canonização. Está próximo...

3:01 AM  
Blogger Bandido Do Céu said...

De pai pra filho:Terça-feira, 19 de dezembro de 2006... O menino acorda e vai até a sala, onde o pai está todo sorridente, vestindo a camiseta vermelha e se aprontando pra sair. A sala cheia de bandeiras e as janelas todas abertas, para passar o cheiro de naftalina que ainda impregna o ar. – Nós vamos pro aeroporto, pai? – Aeroporto não, filho. Base aérea... Vamos pra base aérea. – Ah. Vai ser uma festa bonita, né pai? – pergunta o menino, sem entender por que não no aeroporto. – Vai, filho. Vai ser um festão. – Demorou, né, pai? – É, filho, mas isso não importa... – resmunga o pai. – Há quantos anos mesmo que tu espera por esse dia, pai? Desde que tinha a minha idade, né? – Vinte e três anos, filho... vinte e três... – É muito, né, pai? Ainda bem que acabou... Mas, também, a gente treinou 97 anos... Um dia tinha que acabar, né, pai? – É, filho... mas agora vamos. Vamos, que não quero perder a chegada do Pato e do Gabiru. – Vamos, pai – diz o garoto, pegando uma bandeira e ainda catando uma traça que corria pelo pano vermelho. Um minuto depois, no elevador... – Hein, pai... Que título mesmo a gente ganhou? – Campeão mundial, filho! – exclama o pai, animado. – Campeão mundial reconhecido pela FIFA! – Ah, que nem o Corinthians, né, pai? – Corinthians? – surpreende-se o pai. E pensa um pouco... Depois, conforma-se: – É, que nem o Corinthians... – Pai, mas o Corinthians já ganhou a Libertadores? Já jogou no Japão? – Tá louco, filho?! Nunca! É que o Corinthians foi convidado. Quando esse torneio que a gente ganhou começou, ninguém precisava ganhar nada pra participar. Era só ser convidado... – Nossa, pai! Que coisa! Essa FIFA é bem bagunçada, né? Não tem critério nenhum... – É, filho... Mas isso não importa. O filho segue pensativo até o carro. Enquanto põe o cinto de segurança, sentado no banco traseiro, volta às perguntas: – Mas pra nós foi difícil, né, pai? Tivemos que ganhar a Libertadores... Só tem uma coisa que não entendo: nosso time hoje é melhor que aquele beeeem antigo, que tinha uns jogadores que o vô dizia que eram muito bons... o Falcão, o Batista, o Escurinho, o Manga? – Não filho, aquele time foi o melhor de todos que já tivemos... Isso não se discute! – Mas pai, então me explica: se aquele time era tão bom, por que demorou tanto pra gente ganhar a Libertadores? – Ah, filho... porque naquele tempo era muuuuito mais difícil ganhar a Libertadores. Primeiro, porque só dois times brasileiros jogavam... se ainda fosse assim, a gente nem tinha jogado este ano. E os adversários eram muuuuito mais difíceis! Tinha times como o Boca, o River, o Estudiantes, o Peñarol, o Olímpia. Eles batiam muito também! Dava até medo jogar naqueles estádios da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, da Colômbia... Então, aquele time que o vô viu jogar era muito bom. Mas, naquele tempo, Libertadores era pra macho! O filho pensou um pouco... – Pai, quando o Grêmio ganhou a Libertadores duas vezes era mais difícil, também? Ou eles só jogaram com o Pumas, o Libertad, o Nacional e a LDU, que nem nós? Silêncio... – Ah, mas nós ganhamos a final do São Paulo – emendou o pai, sem responder... – É mesmo! Naquele jogo que o Rogério Ceni entregou... – lembrou o filho – Que sorte, né, pai? Alguns minutos de silêncio depois, o filho volta às dúvidas: – Pai, mas então quando o Grêmio foi campeão mundial também era mais difícil, né? Porque não era qualquer um que ia pro Japão. Porque até o Falcão, que o vô diz que foi nosso maior craque, só foi pro Japão com a Globo... – É, filho... mas o Grêmio jogou contra um time alemão, que estava até desfalcado no dia... Não foi que nem nós, que jogamos contra o Barcelona do Ronaldinho, do Deco, do Eto'o, do Messi, do Saviola... – Quem é Eto´o, pai? Eu não vi nenhum Eto´o domingo... nem Messi, nem Saviola... – Ah, é porque eles estavam lesionados... eles não jogaram. – Puxa, quantos lesionados... Mas, então, o Barcelona estava desfalcado? Que sorte, né, pai? – Ah, mas nós não jogamos só uma partida como o Grêmio, meu filho – insiste o pai, já irritado. – Nós primeiro tivemos que passar por um jogo muito difícil, contra aquele timão lá do Egito! O Ai-Ai... – Puxa pai, é mesmo! Eu nem sabia que no Egito tem futebol... Mas foi um jogão. Bem difícil... Ainda bem que a gente teve muita raça e ganhou do Ai-Ai do Egito, né, pai? – Isso, filho. Muita raça... Olha, que bandeira linda ali no Laçador! Percebendo que o pai quer mudar de assunto, o filho fica quieto por mais uns minutos, até chegar à Base Aérea, onde muitos outros torcedores se reúnem para esperar o time que está chegando. Em meio a homens, mulheres e crianças, o garoto logo reconhece um amigo: – Olha, pai! É o Bilu! Eu conheço ele lá da Escolinha do Beira-Rio! Ele é meu colega do balé... – Bilu? E isso é nome de homem...? – pergunta o pai. – Ué, pai... que nem Gabiru... – Ah, é mesmo... – concorda o pai, meio a contragosto. Passa-se um minuto, e o garoto segue pensativo: – Pai, por falar nisso... É verdade que nós só ganhamos quando entrou o Gabiru? O pai olha de soslaio para o menino, suspira e diz: – Deixa pra lá, filho, deixa pra lá... O que importa é comemorar. Infeliz daquele que em qualquer momento de glória tem que ficar lembrando e remoendo as mágoas do rival, tentando superar complexos de inferioridade, porque a alma lhe foi marcada, a ferro e fogo, pela humilhação durante muito tempo... Infeliz daquele que, durante sua história, chegou sempre depois em tudo... Na América e agora no Mundo... Quando todos os outros, principalmente o vizinho rival já havia degustado e lambido tudo... até os ossos! (por duas vezes...). Infeliz daquele que ao chegar à mesa do banquete acha que está tirando algo daqueles que já cansaram de se fartar... Mal sabe ele que não negamos um prato de comida aos mendigos... Infeliz daquele que mesmo alegando ter ou ser “maioria”, demorou noventa e sete anos para superar a contradição do nome que ostenta com tanta pretensão e que não passava dos limites regionais e/ou nacionais, tendo de suportar mais um motivo de escárnio! Infeliz daquele que, ao acordar de ressaca após sua maior festa, em quase cem anos de existência, ainda se dá por conta que há muito que fazer para supor igualar-se ao algoz. Já que não há como superá-lo, porque ele chegou antes ao topo do Mundo. NADA PODE SER MAIOR! Infeliz daquele que não pode desmentir os astronautas, porque a Terra continua AZUL. “Planeta vermelho” é Marte, aquele mesmo de onde vem criaturas repugnantes e gosmentas, que sonham em dominar o Mundo, mas sempre levam a pior no final da história. No entanto, FELIZES mesmo estamos nós... Que não saímos às ruas em festa. Mas que cada tricolor agora tem ainda melhor a noção do sofrimento e da humilhação a que os submetemos nesses longos anos, exibindo-lhes nossas façanhas, nossas glórias, nossos mitos, deixando-os cabisbaixos e sem um esboço de resposta. Que esse grito engasgado deles simboliza a dor e a infelicidade, o “complexo de inferioridade”, o “INTER-REGIONAL”, o “Macaco Imundo que nunca ganhou de ninguém”... Missão cumprida! E antes que eu me esqueça: “Ei, INTER VAI TOMAR NO CU”!

2:08 AM  
Blogger Alexandre said...

INTER CAMPEÃO DO MUNDO FIFA
Sem mais.

7:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

RIQUELME DIZ QUE IMITAÇÃO DO BOCA É MUITO FAJUTA!!! TÁ MAIS PARA MEIA BOCA-RS, EU ACREDITO!

5:12 PM  

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